O alto preço pago pela obrigação de dar suporte e custear atendimentos de outros municípios no HMRC
- Aderbal Machado
- 21 de jan. de 2022
- 1 min de leitura
Balneário Camboriú, através dos atendimentos e internações no Hospital Municipal Ruth Cardoso, praticamente banca a saúde de boa parte de municípios da Amfri, especialmente Camboriú, Itapema, Bombinhas e Porto Belo, cujos repasses de pactuação não cobrem todos os atendimentos e internações de pacientes com origem nessas cidades.
Em matéria anterior, mostramos a realidade do déficit gigantesco bancado por Balneário Camboriú nos atendimentos e internações do Ruth Cardoso em cinco anos (mais de R$ 220 milhões), de 2016 até aqui, considerando-se, conforme dados oficiais, os cerca de 65% de atendimentos de pacientes de outras cidades.
Agora mostramos um comparativo mais específico, dimensionamento bem essa disparidade:
2019 (Ano inteiro)
Despesas totais (por mês)
R$ 6.160.000,15
Repasses recebidos
R$ 1.269.540,15
Bancado por Balneário Camboriú
R$ 4.890.460,00
2020 (ano inteiro)
Despesas totais (por mês)
R$ 6.951.798,96
Repasses recebidos
R$ 2.662.491,39
Bancado por Balneário Camboriú
R$ 4.289.307,57
2021 (Janeiro a Julho apenas)
Despesas totais (por mês)
R$ 8.133.039,78
Repasses recebidos
R$ 3.650.201,80
Bancado por Balneário Camboriú
R$ 4.482.832,98

Um detalhe: não estão incluídas as despesas decorrentes dos tratamentos, atendimentos e internações por Covid.
Conclue-se serem essas campanhas de políticos, berrando pelas ruas e nas mídias sociais e reclamando da falta de mais suporte do estado e dos municípios, sem uma ação concreta e forte, não passam de espirros demagógicos.
Pagamos um preço caro por leniência e inoperância da classe política. Não tanto pelos valores, mas pela natural fragilização dos atendimentos do próprio município, pressionado pela invasão de pacientes de outros municípios, sem a devida contrapartida. É o preço pago pelo erro de "porta aberta" do hospital, definido erroneamente lá no início de seu funcionamento.
Comments