Uma análise: a força das coligações d'antes e d'agora
- Aderbal Machado

- 8 de ago. de 2024
- 2 min de leitura
Ainda considerações sobre o que se viu e o que não se viu na convenção do PL de Balneário Camboriú:
Chamou atenção ausência de Jorginho que preferiu ir a Lages; não ajustou a agenda. Mas nas demais convenções compareceu sem empecilhos ou desajustes de agenda.
Nenhum deputado federal presente.
Dos 11 deputados estaduais, somente um presente (Ivan Naatz).
Naturalmente Carlos Humberto não foi.
Senador Jorge Seif, a maior autoridade que participou presencialmente do evento, deu uma rápida passada e seguiu viagem no meio da convenção, nem ficou até o final. Ficou nitidamente constrangido.
Deixaram a convenção para a última hora. Um erro de estratégia, pois por pouco não foi por água abaixo – devido ao processo impetrado na justiça eleitoral por filiados do próprio PL de BC, afinal não aceito em caráter liminar, mas continuará tramitando em nível federal (TSE), deixando a situação sub judice e ainda com riscos decisão contrária à adotada pelo TRE-SC.
Agora vamos falar um pouco de outro aspecto: a diferença das convenções de 2012 e 2016 envolvendo a candidatura do atual prefeito, mostrando com fartura o seu esvaziamento político ao longo de dois mandatos:
Em 2016 a coligação "Balneário de novas ideias", na primeira eleição de Fabrício, reunia 12 partidos PSB, PR, PDT, REDE, PTB, PT do B, PMB, PEN, PHS, PTC, SD e PROS.
Em 2020, já no pleito de sua reeleição, a coligação “Fazer o Futuro Acontecer” foi composta por nove partidos: Podemos, PL, PDT, PSD, Patriotas, Cidadania, Avante, PTB e PROS.
Agora, em 2024, na sua sucessão, Fabrício reuniu 4 partidos em torno do projeto de eleição do seu sucessor: PL, PRD e a Federação PSDB/Cidadania. Vê que, no percurso de lá até aqui, houve de tudo, menos valorização e força de apoios.
E, claro, nos dois episódios, Fabrício teve o apoio dos partidos que hoje sua turma execra como "esquerdistas" e são os seus principais adversários na coligação de Juliana Pavan: PSD e PDT. E, sem dúvida, o PSB da primeira eleição, partido ao qual ele pertenceu. Dito isso apenas para evidenciar a estratosférica incoerência dos argumentos ideológicos atuais e passados.
Nem vamos falar, por notório em demasia, das falhas rotundas de articulação política do prefeito, que, na undécima hora, buscou um nome completamente alheio ao ambiente político local - nem filiado a partido era até começo deste ano -, demonstrando que ninguém dos seus sete anos e meio de mandato foi considerado bom o bastante para uma candidatura a prefeito ou vice. Sequer um vereador da sua base - e eram tantos os pretendentes declarados. Simplesmente rifou todo mundo. A razão parece simples: deve ter concluído que, embora a parceria de tantos anos, nenhum deles seria submisso total às suas vontades, porque, certamente, ao longo do trecho, cada um teria interesses e visões diferentes na condução eventual da administração. Nada de obediência canina.







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