Se não puder ou quiser cuidar, não adote animal de estimação
- Aderbal Machado

- 15 de out.
- 2 min de leitura
Esta é uma regra básica na adoção de animais.
Por mero impulso ou por ver e gostar de um "bichinho bonitinho" ou até para preencher lacunas de solidão na vida pessoal é pouco e pode ser um problema futuro para o animal, quase sempre abandonados sem piedade.
Se não puder cuidar, não adote.
Mas se adotar, segura o tranco, pois pode ser bem caro, materialmente falando: rações, vacinas, emergências veterinárias, eventuais internações e por aí vai. Os preços das clínicas particulares estão pela hora da morte.
Um dia me questionei sobre isso: os meus animais sempre foram adotados por impulso, por doação de parentes ou por atração mútua. Difícil escapar de um bichinho carinhoso com você, gato ou cachorro. Mais difícil ainda ser-lhe oferecido um animalzinho abandonado e sofrido e você, olhando nos olhinhos dele, dizer "não quero". Mesmo "não posso".
Assim, no correr dos tempos tivemos quatro cães - um fila e três cadelas. Herdadas do cunhado, que se mudou e não poderia cuidar. Bichos de décadas com ele. Jogar na rua não era e nem é opção nesses casos. Seria morte certa e rápida.

(SEVERINO, MEU PARCEIRÃO DE TODOS OS MOMENTOS | HÁ DOZE ANOS CONOSCO)
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Agora temos quatro bichanos - três gatas e um gato. Já tivemos cinco. Um morreu depois de atroz sofrimento com um câncer, custando um endividamento pessoal de quase sete mil reais tentando salvá-lo. Em vão. Levei um ano para cobrir o furo financeiro. Não me arrependo, apesar do sofrimento financeiro e pessoal. Faria de novo. No entanto, fica a observação do custo alto. E por isso mesmo, questiono - e quem tiver juízo o fará: precisamos de uma clínica pública de atendimento a casos de internação e emergência veterinária. Ou as campanhas de adoção perdem o sentido. Só os muito ricos adotarão e ainda assim só bichos de raça especial. Os vira-latas, coitados, ficarão entocados nas ONGs, como a Viva Bicho, hoje com mais de 600 animais esperando adoção - e o número aumenta cada vez mais. Inclusive de gente muito cara de pau que os joga sorrateiramente, na calada da noite, no portão da entidade para ser acolhido. Covardes.










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