top of page
  • Foto do escritorAderbal Machado

Hipocrisia e infidelidade

De sair na metade de mandatos e lançar-se para outro cargo eletivo, temos exemplos sólidos e indisfarçáveis aqui mesmo:

 

Leonel Pavan

Deputado federal – saiu na metade do mandato para ser candidato a prefeito em 1996.

Prefeito eleito – saiu na metade do mandato para ser candidato a Senador em 2002.

Senador eleito – saiu na metade do mandato para ser candidato a vice-governador em 2006.

 

Nem por isso deixou de ser eleito para todos os cargos disputados, até chegar ao derradeiro, o de deputado estadual. Nunca se viu nenhum questionamento mais profundo sobre isso na cidade. Nenhum. E a prova é que ele chegou aos seus objetivos sem nenhum sobressalto, até ocupar o governo do Estado, quando, aí sim, por uma questão de escrúpulo pessoal, pois não havia exigência legal para isso, Luiz Henrique, o governador, renunciou para ser candidato à reeleição. Muitos daqueles que hoje fazem pregações éticas sobre sair de um cargo em meio de mandato para alçar-se a outro votaram nele em todas essas ocasiões ou pelo menos em uma. Sem pudores éticos quaisquer.

 

Fabrício de Oliveira

Era primeiro suplente de deputado federal. Chegou a assumir interinamente e estava lá no impeachment de Dilma Rousseff, protagonizando o famoso episódio “papagaio de pirata” da sessão, virando meme em todo o país, pois aparecia em todas as cenas das declarações de voto, postado ao lado do microfone, no plenário da Câmara Federal. Nada fez no seu curto mandato para a cidade, a região ou o Estado. Nada. Poderia ter permanecido lá, com a possibilidade até de assumir efetivamente caso algum parlamentar de sua coligação se candidatasse a prefeituras no país. Mas preferiu abrir mão para ser candidato a prefeito de Balneário Camboriú, em 2016. Mas isso “é passado”, dirão ou ‘está fora de contexto’ ou "suplente não vale". Poderia ter assumido mais vezes como suplente e trabalhar pela região. Mas só vale agora a pecha de infidelidade programática e política.

 

Mudou de partido quatro vezes: PSDB-PSB-Podemos-PL, quando isso foi conveniente para a sobrevivência política, podendo-se deduzir puro oportunismo. Imaginando-se terem seus eleitores votado nele também por questão partidária, supõe-se que traiu boa parte dos eleitores. Mas isso “é passado”, dirão ou ‘está fora de contexto’. Só vale agora a pecha de infidelidade programática e política. (Adendo: lembram-me que Fabrício também foi do PV)


E nem vamos contabilizar os tantos e tantos vereadores eleitos para serem vereadores da cidade e que, em muitas ocasiões, se candidataram à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa em meio a seus mandatos. Sem discussões ou questionamentos éticos, ora pois. E com o voto de seus adeptos. (Adendo: lembram-me que Fabrício também fez isso)

 

E enquanto a hipocrisia grassa, sobranceira, livre e franca, certo está o jornal Página 3, ao falar da candidatura do nome lançado por Fabrício à prefeitura, um nome de última hora tirado da algibeira do prefeito: “candidato do GRUPO do prefeito”. É verdade. Outra vez o personalismo dominando. O PL foi só um acessório necessário e usado como peça de reposição ideológica ou programática. Fim.


Pra terminar, a constatação e só pra constar: a interrupção de mandato para candidatar-se a outro cargo nunca pesou coisíssima nenhuma no julgamento eleitorado. A verdade está nos resultados das vezes em que isto ocorreu por aqui e em tantos outros lugares do país.

Posts recentes

Ver tudo
LogomarcaMin2cm.jpg
bottom of page