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Emasa completa 20 anos e estive lá durante seis

Estive lá no governo de Piriquito, durante um mandato e meio. Seis anos consecutivos. Justamente na época áurea da empresa, quando o prefeito Piriquito decidiu pela implantação do sistema de esgoto atual. Foi uma obra e tanto, supervisionada por um "cobra" na área, o engenheiro Nei Clivatti. Perdi a conta de quantas vezes estive na ETE durante a obra, caminhando sobre a manta plástica no fundo das lagoas de tratamento e passando por todos os setores. Dia após dia. Aprendi uma tonelada só olhando e ouvindo.

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Ali passamos perrengues homéricos, como um ano em que houve uma queda grande no sistema de captação e tratamento de água e a cidade ficou sem abastecimento na temporada, por causa do manejo do rio pelos rizicultores e pela estiagem feroz da época. Acabou tudo numa guerra e tanto. Hoje superada. Mas deu pano, a ponto de Piriquito se dispor a passar uma noite inteira acordado, de guarda na ETA, vendo a água circular por ali, cuidando do revezamento das bombas daqui e de Camboriú. Na época, diziam que houve uma manobra errada nessas bombas, piorando o abastecimento, mas a gente sabe que não poderia ser só isso. Por isso Piriquito dormiu lá uma noite. Dormiu vírgula: ficou ligadaço a noite inteira.


A Emasa surgiu em 2005, quando terminou a concessão de 30 anos da Casan. Que não queria largar e acionou até a Justiça, mas não resolveu.


Na época, tentou-se juntar Camboriú, mas o prefeito Edinho se negou e resolveu administrar ele próprio o seu abastecimento, mesmo dependendo da produção da água na ETA de BC. Alegava ter esse direito porque entendia que a captação sendo em Camboriú, era também deles a água. Nem adiantava explicar outorga legal. E assim, no passar do tempo, Camboriú não pagava consumo - e parece que o perrengue perdura até hoje na Justiça. Parece, não tenho certeza se já não se acertaram. A grande besteira administrativa, no entanto, aumentando o tamanho do imbroglio, foi criar uma secretaria municipal para isto. Travou tudo de vez, até que decidiram pela concessão privada. Mas nem tudo se resolveu ainda. Há buracos que, parece, vai demorar muito ainda a serem cobertos na implantação de um sistema de esgoto. A solução não parece estar muito perto.


Tivesse Edinho aceitado, Camboriú não teria, ainda hoje, o dilema do sistema de esgoto em compasso de espera. E nem a altíssima poluição do rio Camboriú, que reflete em BC.


Pois a Emasa completa 20 anos. Depois de uma derrubada durante o governo de Fabrício - quase se rebentou, tantas as mazelas e incompetências medulares, a ponto de o sistema, na sua implantação, garantir 95% de eficiência e terminar por mostrar apenas 1% em janeiro de 2023. Uma queda vertiginosa.


Emasa, 20 anos. Dá até saudade. Mas ultimamente estive lá e não reconheci mais o ambiente. Meteram muitas paredes separatórias. A empresa cresceu bastante. No meu tempo era mais romântica.


O que temos é de desejar sucesso na nova gestão, com Auri Pavoni, um cara competente e dedicado. E altíssimo conhecedor, estudioso e caprichoso na arte. A tal ponto de o sistema de tratamento ter recuperado os 95% de eficiência, em apenas oito meses de trabalho saneador.

 
 
 
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© 2020 | Aderbal Machado

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