DNA de uma pesquisa
- Aderbal Machado

- 9 de set. de 2024
- 3 min de leitura
Executada pela empresa DNA Pesquisas e devidamente registrada no TSE, pesquisa indicou vantagem de Juliana Pavan, líder das intenções de voto neste momento também neste levantamento, tal qual no da MAPA.
A diferença é no número fantástico de indecisos: 35%. Demasiado. Por isso, o segundo colocado, nome indicado pelo prefeito atual para sua sucessão pelo PL, acredita, como revelou em postagens na internet, que todos migrarão para si, pois revelou, açodadamente, ter "pesquisas internas" do seu partido assim indicando - de tal modo que reverteria a vantagem em cinco dias, tirando a diferença de 10 pontos percentuais que o separam de Juliana e acrescentaria além. Endoidou ou está muito mal assessorado. Além de, pelo visto, ter cometido um crime eleitoral, pois "pesquisas internas" (sem registro) não podem ser referência, ou citadas, na campanha eleitoral. Nem por brincadeira. Nem pela imprensa. Muito menos por um candidato.
Analisemos:
Ter 34% de voto em pergunta espontânea é ter voto consolidado, aquele que dificilmente muda de lugar. É uma condição muito especial para qualquer candidato! Parte-se de 34,7% de Juliana, como indica a pesquisa, contra 18,2% do candidato oficial, uma diferença substancial.
Os indecisos nesta pergunta [35%] não migrariam para apenas um candidato e, diga-se de passagem, tendem a aportar nos candidatos considerados com mais magnetismo, ao candidato com maior intenção de voto espontâneo.
ESTIMULADA
O reflexo de atratividade dos resultados da pergunta espontânea logo é visto na pergunta estimulada com cartão: Juliana sobe 8 pontos percentuais, enquanto Peter alcança 12%.
Na condição de análise estatística, o candidato do prefeito tem a probabilidade de buscar mais votos no universo de 81,8% da população, enquanto Juliana só pode procurar no conjunto de 65%. Cada voto conquistado por Juliana tem mais peso do que o voto do candidato do prefeito.
Os indecisos caem para 11%, basicamente a diferença entre os dois principais candidatos. Situação do candidato do prefeito fica ainda mais difícil. Tem que pedir aos céus para que estes 11% migrem todos exclusivamente para ele: precisa mais do que boa vontade.
REJEIÇÃO
O caldo entorna quando analisamos a rejeição que é um muro a ser transposto pelos candidatos. O muro do candidato do prefeito é muito mais alto: fatídicos 13%, enquanto Juliana precisa saltar um obstáculo mais baixo: 7%, quase metade.
É mais difícil para o candidato do prefeito conseguir obter os 11% de indecisos justamente porque o muro a ser saltado é quase o dobro da altura do muro da Juliana.
FINAL
Todos os candidatos partiram do zero e chegaram até aqui pela trajetória política, pré-campanha e campanha eleitoral. Não há nenhuma diferença aqui.
As condições é que são diferentes. Ser apoiado pelo governo atual deveria [deveria?] trazer vantagens ao candidato, mas parece insuficiente. Sequer o apoio (meio envergonhado) de Bolsonaro mostrou valor decisivo.
As pesquisas internas só servem para as “internas” porque para servirem ao público devem ser registradas. Pesquisas internas é igual a não registro, a não se ter controle público sobre a metodologia.
O candidato do prefeito precisaria explicar de onde viriam esses tais 15 pontos percentuais assombrados do paraíso e que caíram em seu colo. Cenário duvidoso.
A diferença comentada sugere o marketing R$ 9,99. Sempre pensado como abaixo de, menor do que, pequeno o suficiente...
Só que não é em números relativos, e sim em números absolutos: não são 9,9% e sim 9,9 pontos percentuais. 10, vá lá: não tem troco!
Se as pesquisas refletem somente momento, e não comportamento, então as próprias “pesquisas internas” que somente o candidato do prefeito conhece, também o são e, por sua própria argumentação, não servem para aumentar seu sorriso de campanha.











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