Diárias, viagens, coisas surreais; prática em BC
- Aderbal Machado

- 19 de ago. de 2024
- 3 min de leitura
Primeiro conceito: prefeitura parece uma agência de viagens.
Uma revelação de Claudir Maciel destacou, numa afirmação nas mídias sociais, sete viagens do atual prefeito a Dubai no ano de 2023. Arrematou com uma comparação: no mesmo ano, o prefeito não fez NENHUMA reunião nos bairros para buscar subsídios de informação de carências das regiões próximas do centrão. Carências mil, diga-se. O centrão foi o grande privilegiado nesta gestão. Destaque primordial à orla. O tempo inteiro.
Ninguém soube do resultado prático para a cidade dessas viagens 'oficiais' a Dubai, exceto a repercussão social e a exibição dos drones na orla no último réveillon. Relatórios deveriam ter sido mostrados publicamente, em nome da transparência.
Enquanto isso, educação ficou onde estava desde o início. Piorou, na verdade, pois nenhuma nova vaga foi criada nas escolas. Consequência de zero construção de salas, zero construção de novas instalações escolares. O déficit piorou bastante com a derrubada da principal escola, o CIEP, de tempo integral, com vagas disputadíssimas. A promessa de construir uma nova não aconteceu. Por comodismo, preferiu-se adquirir vagas em escolas particulares. E reconheçamos, não é a mesma coisa. Falaram em economia (fica mais barato), mas a educação não é um negócio, é política pública e não se mensura por mais caro ou mais barato. Deve ser concretizada. E bem. Ponto.
Enquanto isso, o sistema de tratamento de esgoto chegou a índices alarmantes de deficiência. Hoje festejam uma recuperação do sistema, algo que nem deveria acontecer se tivessem exercido a simples manutenção do que havia ao assumir, há sete anos e meio.
Enquanto isso, a saúde ficou onde estava, em relação à fila enorme de consultas de especialistas. São meses e meses de espera. Às vezes frustradas, porque profissionais médicos vão embora e novos entram e os procedimentos precisam ser repetidos.
Outra revelação simbólica de ação ou inação: o município tem uma arrecadação média de R$ 5 milhões POR DIA. A curiosidade popular quer saber pra onde vai toda essa alentada grana.
O município tinha um quadro aproximado de 4.700 servidores (1 de janeiro de 2016). Hoje há 6.400. Quase 2.000 a mais. É surreal. Há uma enormidade de cargos comissionados para todos os gostos: o chefe, do chefe, do chefe, do chefe e os coordenadores e adjuntos de toda espécie, sempre contabilizados em escala geométrica.
São 422 comissionados, 3.952 efetivos, 388 celetistas, 1.634 temporários em atividade.
Segundo conceito: o município consumiu mais de R$ 1 milhão em diárias de janeiro a agosto de 2024. Só as diárias do prefeito somaram exatos R$ 30.303,63, segundo o Portal da Transparência registra. Ou mais de R$ 3.700,00 por mês. Mas há outros valores. Não tão altos, mas significativos. Um milhão de reais divididos por oito meses (com agosto ainda não encerrado) temos R$ 125.000,00 mensais. Reforçando: DIÁRIAS.
Terceiro e último conceito: o prefeito contratou o escritório de Jaime Lerner, de Curitiba, para um projeto remodelador da cidade. Qual o resultado disso? Alguém sabe? Já se passaram QUATRO anos. E absolutamente NADA aconteceu. Só papo furado. Ademais, a sua implantação seria algo surreal. Praticamente impossível a médio e longuíssimo prazo. Um sonho de verão ou apenas uma forma de espetacularização. Um hábito do atual prefeito.
Finalmente de verdade: o prefeito intentou incluir no Plano Diretor a criação de um grande parque no centro da cidade (estilo Central Park de Nova Iorque), ocupando uma grande área habitada, com famílias sedimentadas ali, como se isso fosse apenas um jogo. A reação contrária foi forte e tudo parou. A curiosidade se aguça para se saber de onde saiu uma ideia dessa.










Comentários