A relação com o Rio Camboriú será explorada através de prolongamentos de ruas e decks, conectados a um parque linear ao longo das margens do curso d’água. As intervenções voltadas a dar maior visibilidade e contato com o rio visam levar conhecimento e consciência ambiental, oferecem novas condições de mobilidade – transporte aquaviário -, e levam, através dos caminhos do mar, o caminho para a integração dos diferentes territórios.
Trecho do denominado, mirabolante e fantasioso Masterplan, encomendado e montado há mais de três anos pela administração de Balneário Camboriú (AQUI) pela equipe de Jaime Lerner. Bom analisar com sua visualização. Até para confirmar ou não minha avaliação de leigo observador mas, modestamente, experiente em casos análogos e tão decantados por este estado catarinense. Alguém pensa numa estrutura praticamente irrealizável por sua própria essência - como o desmantelar de um núcleo urbanístico já sedimentado para implantar uma inconsciência da realidade e assim forja mídia e espetáculo.
Mas logo o coitado do Rio Camboriú, entupido de mazelas ambientais há décadas e piorando a cada dia? Só por este detalhe do tópico em destaque já se vê até onde vai o absurdo.
O próprio Ministério Público está em cima, exigindo um tratamento digno e adequado do Rio Camboriú.
Um indicativo ruim: a Emasa, em janeiro de 2024, enquanto os fogos iluminavam os céus e os drones de Dubai enfeitavam a virada do ano, jogava todo o esgoto no Rio Camboriú, por absoluta falta de capacidade de tratamento da ETE (imagem anexa), com uma capacidade de quase zero de eficiência - exatamente 1%, como se apura no site da própria Emasa.
Para confirmar e efeito de comparação, vamos ver como estava a situação da ETE um ano anos. Exatamente na virada de ano de 2023: exatamente 87%. Viram que queda vertiginosa?
Por que isso ocorreu? Por incapacidade de gestão. Bastaria terem cuidado, dia a dia, da ETE, em sua manutenção. Simples manutenção. Nada mais. Até porque Piriquito entregou uma ETE com mais de 95% de eficiência e precisando apenas de uma expansão minima para chegar a 100%. Mas só resolveram agir depois do fracasso, depois de a vaca estar no brejo, depois de terem praticamente desmantelado a ETE nas suas finalidades precípuas. E vamos penar muito ainda. Só olhar a oscilação da qualidade de banho da Praia Central. Ora lá embaixo, ora lá em cima. Diferente de outras praias da região próxima. Assim, não serve usar a chuva como causa única da poluição. Há mais coisas aí.
Resumindo e voltando ao início: nenhum plano será bom, envolvendo questões ambientais e até boa parte das questões urbanísticas, sem a despoluição do Rio Camboriú e a balneabilidade permanente da Praia Central. E estamos conversados.
Para esclarecer bem, links de matérias de vários órgãos de imprensa local sobre o tema: https://portalmenina.com.br/emasa-e-acionada-na-justica-por-poluicao-do-rio-camboriu/