As arquiteturas históricas e culturais exterminadas sem dó
- Aderbal Machado

- 23 de jul. de 2024
- 2 min de leitura
O jornalista, escritor e pesquisador Nildo Teixeira de Melo Júnior, o Bola Teixeira, elaborou e publicou várias obras de exaltação e fixação da história de Balneário Camboriú. Aspectos pouco lembrados por tantos estão eternizados em muitas de suas obras.
Recentemente, em entrevista ao programa jornalístico Câmara Informa Segunda Edição da Rádio Câmara BC (101,5mh), falou sobre seu trabalho levantando os painéis inscritos em vários prédios e os monumentos produzidos por artistas ao longo do tempo na cidade.
E lamentou que, após sua obra, muitos desses painéis tenham sido extintos, desaparecidas ante a ação demolitória insana de quem, em verdade vos digo, pouco está se lixando para história ou tradições mais caras da cidade.
Muito da nossa arquitetura histórica já sumiu: a casa de Jango, o hotel Fischer, a escultura do marambaia diante do mesmo hotel, no Pontal Norte e só não sumiu e não sumirá o prédio redondo do Hotel Marambaia porque os proprietários exigiram, para a sua integração a um novo conceito urbanístico, que ele fique de pé, simbolizando uma época e seja um museu de acesso público. E notório, por supuesto.
Assim se fez - e isto dependeu muito da consciência da construtora adquirente - com a capelinha da rua 2300 da Igreja Evangélica Luterana, que ficou ali como marco indelével de uma época.
Lá atrás, e é outro exemplo do desdém com a cultura artística e a valorização dos profissionais atuantes, promoveu-se uma lei garantindo que, na parede frontal de todas as edificações, constasse uma obra contratada de um artista local. Começou e parou. E muitas já desapareceram. Alegação: custo. Sempre "custo". Como se arte e tradição histórica fossem possíveis de mensurar materialmente.
Assim desapareceram muitos outros locais emblemáticos da cidade, dando lugar a uma identidade fria da modernidade que tantos exaltam, mas não são capazes de fixá-la como algo realmente significativo, senão uma mesmice cafonérrima, como diria Clodovil Hernandes.

(HOTEL MARAMBAIA)

(HOTEL FISCHER)

(CASA DE VERANEIO DE JOÃO GOULART)










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