A eleição não acabou
- Aderbal Machado

- 24 de out. de 2024
- 2 min de leitura
A frase é do candidato derrotado na eleição de Balneário Camboriú, Peeter Grando, ao comentar o resultado final: "A eleição ainda não acabou", tentando instilar dúvidas e esperanças a um só tempo nos seus adeptos.
De certa forma, não acabou mesmo. Seus reflexos perduram, porém com outras nuanças, enquanto a posse não chega - porque depois da posse os pensamento já são para eleição seguinte. O voto surpreendente do vereador Anderson Santos, presidente da CPI da Emasa contra o relatório do vereador Gelson Rodrigues que pedia o arquivamento da Comissão, representou, além da surpresa para todos, oposição e situação, uma guinada nos fatos. Resultado (reverso, é verdade) da eleição ainda inacabada.
Imediatamente, surgiu a pecha de "traição". Passados quase 20 dias do pleito, aliás, é chocante mudar-se tanto. Para isso, convenha-se, carece ter uma razão muito forte. E, em contraposição à pecha de traição, se pode colocar outra, esta favorável: o vereador Anderson deve ter sofrido algum tipo de revés na campanha, por parte da sua turma, com destaque para o prefeito e seu grupo. Seu voto, como atitude, não surgiria do nada, pois durante todas as reuniões da CPI ele manteve uma opinião completamente divergente do seu voto.
Mas vamos adiante: isso poderá significar, a partir de 2025, uma bancada governista votante de 11 vereadores contra 8 da oposição. Isto se até lá ou pouco depois de iniciar o governo algum ou alguns não decidirem aderir. Seja por conveniência natural, seguindo a ligação com o governo no atendimento efetivo de suas indicações, por exemplo. Seja por mera indisposição ideológica e política. Em todos os governos aconteceu assim. Neste, inclusive, mais de uma vez. Não se iludam: oposição é oposição, governo é governo. Se for minoria, pode passar a pão e água durante todo um mandato e ver seus companheiros de assento na Câmara poder circular pelas ruas para comemorar suas indicações atendidas. Chocante isso? Nada. Pura realidade factual. Pragmatismo puro. E nem fere a lei, bom dizer.
Em todo caso, isto é uma novela. Há mais capítulos pela frente. Mantenhamos a sintonia.
Ah, sim: a eleição continuará com as consequências das análises da "Caixa de Pandora", como disse e insistiu Juliana na campanha e depois de eleita. De fato, portanto, não acabou. Peeter atirou no que viu e acertou no que não viu - ou não quis ver.










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