Querem destruir o Calçadão da Central e a cidade perderá
- Aderbal Machado

- 26 de abr.
- 2 min de leitura
A discussão, surgida de forma lenta, mas pelo jeito querem que o "movimento" ganhe corpo e se acabe por recuar no tempo e o Calçadão da Central volte a ser via de tráfego. Uma sandice em grau maior. Enquanto cidades - e Balneário carece de espaços para pessoas, além da orla, para mera circulação, gastronomia e lazer - lutam por criar esses espaços, em Balneário Camboriú querem acabar com um. Tal como a Praça Tamandaré, ao longo do tempo e por tantas vezes, foi alterando suas características. E hoje é um local sem alma, um ponto pavimentado de forma diferente. E só. Embora já tenha sido intenso. Basta compulsar sua história e imagens no Arquivo Histórico da cidade. Chega a assustar a descaracterização progressiva.
Reclamam que sua situação não é a ideal. E não é mesmo. Mas não a ponto de querer acabar com ele. Pelo contrário, ele precisa é ser organizado, impondo-se ali procedimentos urbanísticos ideais. De fato, a permissividade ofertada a bares do local, invadindo espaços vitais de uso de transeuntes, a ponto de macular até os pisos especiais para deficientes visuais, agressivamente invadidos por estruturas fixas.
Como disse num comentário numa dessas notícias, estão querendo matar a vaca para acabar com o carrapato. Ao invés de alterarem o formato de ocupação e uso, querem destruí-lo. É mais cômodo, claro. Mas é atravessado, atrabiliário, escuso. Já tentaram ou supuseram isso lá atrás, mas pifou. Agora voltam e com mais força. Sei lá se não há outros interesses por trás...
Parece até que foi algo premeditado: deixaram estragar e causar traumas para parecer que sua extinção seja uma coisa boa.
Se voltarem a rotina de tráfego ali, será um crime e as críticas sobre Balneário Camboriú assassinar espaços populares serão confirmadas.
Cito um exemplo forte: o Beco do Brooklin, logo ao ladinho do Calçadão. Era um antro de viciados, uma passagem morta, um local até perigoso de se cruzar a qualquer hora do dia ou da noite. Foi urbanizado, reformatado e humanizado, após gestões complicadas, até por uma discussão de posse e uso com um dos condomínios locais. Hoje é um local de acesso comercial e popular. Ainda pode não ser o ideal, mas é só questão de adaptar formas e conceitos. Ninguém poderá afirmar que o Calçadão é igual ou pior ao que era ou foi o Beco do Brooklin. Façam-me o favor!










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