Para Fiesc, acordo Argentina-EUA prejudica Mercosul, mas e a soberania da Argentina?

Acordo Argentina - EUA pode comprometer futuro do Mercosul, diz FIESC

O acordo de comércio e investimentos anunciado pela Argentina com os Estados Unidos sinaliza de forma clara a falta de compromisso do país sul-americano com o Mercosul, na avaliação da Federação das Indústrias de SC (FIESC). A Federação aguarda os desdobramentos da decisão unilateral da Argentina sobre o bloco e os potenciais efeitos sobre a esperada assinatura do acordo do Mercosul com a União Europeia, que vem sendo negociado há cerca de 20 anos.

A presidente da Câmara de Comércio Exterior da FIESC, Maria Teresa Bustamante, destaca que os textos oficiais publicados pelos dois países mostram que a Argentina dará preferência a produtos norte-americanos em alguns setores, o que seria prejudicial para as vendas desses itens brasileiros naquele mercado. O documento da Casa Branca cita produtos como: medicamentos, produtos químicos, máquinas, produtos de tecnologia da informação, dispositivos médicos, veículos motorizados, sobretudo camionetes, e produtos agrícolas.

O acordo prevê ainda o fim ou a redução de barreiras não tarifárias, como a exigência de licenciamento de importações e também permitindo que empresas americanas utilizem padrões dos EUA ou internacionais para produtos importados, sem requisitos adicionais de conformidade.  

(TEXTO DA ASSESSORIA DA FIESC, PUBLICADO EM SEU PORTAL)

OBS: 1) Segundo o texto, o acordo do Mercosul com a União Europeia tem 20 anos de negociações, sem resultados finais ainda - e quem saberá até quando mais? 2) A Argentina apenas não quer esperar por um acordo sem prazo para alimentar seu comércio internacional; 3) o Mercosul, faz tempo, é quase inócuo, sem projeção, frágil e tem fissuras internas profundas, pois outros países, não só a Argentina, o desprezam - o Paraguai, por exemplo. A atenção sobre a Argentina é porque ela tem potenciais fortes e podem comprometer, sim, os interesses brasileiros. Pois cobrem do Lula e lhe digam (não esqueçam), para respeitar soberania de outro país, como sugere respeitar o nosso.