O fim da Era Dubai
- Aderbal Machado
- há 5 dias
- 2 min de leitura
Só em 2023, disse Claudir Maciel num dos programas eleitorais do ano passado, o ex-prefeito Fabrício Oliveira viajou sete vezes a Dubai. Até hoje nada se sabe do resultado dessas viagens, nenhum relatório se expediu e estamos até hoje boiando sobre quais assuntos tanto levaram FO àquele país dos emirados árabes.

A estranheza aumenta mais na inexistência de qualquer ideia mais consistente - ou sequer superficial - de prováveis resultados para a cidade a partir daquelas viagens, certamente caras para o orçamento municipal, exceto se Sua Excelência tenha viajado às suas expensas.
Como ninguém dos vereadores - de oposição e situação - fez cobranças e nenhum cidadão mais afinado com a política o tenha feito também, exceto Claudir Maciel, ficamos sem saber. E agora nem adianta andar atrás. É perda de tempo. Fica um sinal da inutilidade daquilo: a cidade continuou perdendo tempo com projetos escalafobéticos e megalômanos, como as alterações radicais no urbanismo contidas num projeto encomendado ao escritório de Jaime Lerner - a um custo desconhecido -, prevendo uma cidade completamente contrária a tudo que temos. Enfim, absolutamente inexequível. E a famosa ideia de jerico de isolar e desapropriar meio centro urbano de Balneário Camboriú para construir um fantasioso parque natural.
Enquanto isso, a cidade perdeu estrutura e prestígio, a começar pelo sucateamento do sistema de tratamento de esgoto e pela inexistência de projetos educacionais.
De mobilidade, nem se fala. Chegamos quase à rés-de-chão. E fica-se curioso pra saber até onde vai o olhar de alguns, como o vereador Victor Forte (PL), fiel ao ex-prefeito, anunciando como obra de Fabricio a ligação da Martin Luther até o Ariribá, por ter lá começado. Só esqueceu de dizer que o ex-prefeito ficou comendo mosca durante sete anos e meio de seus mandatos e só no último semestre tratou de mexer no projeto, com embaraços de terrenos no caminho, não completamente liberados para ocupação das obras. Nesta obra, só nele, a administração de Juliana Pavan fez mais em cinco meses do que Fabrício em oito anos. Este comparativo dá bem a dimensão da coisa.
Pois então. A Era Dubai acabou e entramos na Era BC, mais simples e objetiva. Onde o que é, é. E o que não é, não é. Nada de arroubos além da imaginação.
E, melhor ainda, estamos economizando dinheiro público sem viagens a Dubai.
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