Jorginho trai a realidade política e fere companheiros
- Aderbal Machado

- 26 de out.
- 2 min de leitura
O governador Jorginho Melo, ao "rifar" Carol de Toni e até Esperidião em favor de Carlos Bolsonaro, apenas pratica e repete uma traição a companheiros leais o tempo todo, no curso de sua eleição e de seu governo. E fez mais: ela seria a vice ideal, como chegaram a comentar, mas Jorginho foi feroz: indicará alguém do MDB. Fechou a saga com chave de ouro. Vejam: a primeira e maior traição, coisa primária mesmo, mesquinha e oportunista do governador, foi quando, na eleição municipal, apunhalou pelas costas seu próprio líder na Assembleia Legislativa, o deputado Carlos Humberto, do PL, seu partido também, abandonando-o para apoio ostensivo e descarado ao candidato patrocinado à última hora do então prefeito Fabrício de Oliveira, em detrimento de Carlos, que queria concorrer. Foi traidor e covarde, ao não confrontar o absurdo. O candidato nem pertencia ao partido (PL) pouco tempo antes da eleição, no qual se filiou no finalzinho do prazo. Entrou apenas para servir à sanha personalista do prefeito da época. Mesmo porque, e esta era a intenção, ele seria moldado à sua vontade e ordens posteriores, caso eleito. E disso nem aliados e nem adversários têm dúvidas.
Menos mal: traiu acintosamente, apoiou um arribador e perdeu. Foi pior, sabendo-se, também, que o nome promovido por Fabrício era apoiado abertamente por Bolsonaro e sua trupe. Foi uma derrota e tanto, apesar da diferença reduzida, a meu ver. Pois o nome de última hora levou voto demais, para as circunstâncias e realidades de então.

A chamada direita bolsonarista invoca uma pilha de razões para votar em Carlos Bolsonaro, mas as piores são aquelas respondendo à aventura de um vereador do Rio de Janeiro, ainda agora em pleno mandato, sair de lá e vir pra cá concorrer: afirmam que já houve tantos políticos de outros estados sendo votados (e eleitos) por SC e isto eliminaria o fato de ser um aventureiro imposto por um fanatismo político, ideológico e partidário. Não é assim, sabe-se. Vários eleitos, é verdade, nasceram noutros estados, mas viveram em e vivenciaram plenamente a vida de SC durante muito tempo. Cito dois notórios: Ideli Salvatti, do PT, paulista com muita atividade na área educacional, sindical e política aqui por muitos anos. Ou, como falam de forma despropositada e tola, Jorge Bornhausen, carioca nascido em 1937, mas de larga participação na vida profissional, empresarial, pessoal e política no Estado, dele e de toda a sua família, por décadas e décadas. O próprio Leonel Pavan é gaúcho, mas com mais vida aqui do que lá. Sim, esta analogia comparativa é por demais tola.
Políticos de alto calibre, de Nereu Ramos e JK a outros de igual tamanho, ensinaram a vida toda: nunca se deixa companheiros de primeira hora na estrada.
O fanatismo, de qualquer lado, é sempre um mau conselheiro. Porque cega os apelos da razão pura e simples. SC não precisa de aventureiros, à busca apenas de um lugar para se sobressair. E ponto. Isso, usando um termo inadequado, enche o saco.

(ESTE PRINT MOSTRA O TAMANHO DA LAMBANÇA QUE O JORGINHO FEZ):












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