top of page

Estados Unidos, seu PNB e seu impacto de ultradominância mundial

O mundo ainda está tentando entender o que é poder... A maioria olha para o tamanho do exército de um país, o número de habitantes, a quantidade de portos ou a balança comercial. Mas isto é visão de colônia. De peão. De quem pensa que estatística faz império.


Poder de verdade não está no que você tem, mas no que você não precisa pedir.

Os Estados Unidos é a única nação do planeta que, se quiser, pode desligar o mundo todo. Não no botão da guerra, mas no da produção, na comunicação e nos sistemas financeiros... Porque enquanto os analistas aplaudem o PIB, o verdadeiro trono está no PNB — o Produto Nacional Bruto. E ele não é só um número. É o retrato de um império que lucraria mesmo se estivesse em coma.


Trinta trilhões de dólares. Este é o PNB dos EUA. Trinta trilhões produzidos, investidos ou controlados por Americanos — mesmo quando a fábrica está em Xangai, o chip em Taiwan e o navio ancorado em Singapura, o milho plantado em Rondonópolis e o petróleo no Iraque. Agora pare e imagine: e se metade disso fosse trazido de volta? Não o lucro, não os dividendos — mas a linha de produção inteira. As fábricas. O maquinário. Os operários. O suor. O aço. A inteligência. O código. Não é repatriação de capital. É repatriação do mundo.


Coloca isto dentro das fronteiras americanas e você cria uma economia de 45 trilhões de dólares da noite para o dia, com base energética própria, consumo interno inigualável, inovação autogerada, inteligência artificial a serviço da fábrica — e tudo isto blindado por vários porta-aviões nucleares, protegido por fuzis M-16, vigiados por caças F-35 e bombardeiros B-2 e, principalmente, pelo dólar emitido no Texas.


A China? Sufoca. Porque o "milagre chinês" não foi criado em Beijin. Foi criado em Michigan, Silicon Valley, Kansas, Indiana — quando empresas americanas decidiram terceirizar a espinha dorsal e suja do mundo para reduzir custos e problemas. O que Trump propõe agora é simples: a espinha dorsal volta para casa agora com tecnologias limpas e sustentáveis.. E com ela, o comando central.


Enquanto isto, o chinês médio ainda vive com mil reais por mês. O Yuan continua sendo uma moeda que ninguém quer guardar. E a população, que é gigantesca no número, continua meio "rasa" no poder de compra. É uma economia de escala sem densidade. Um colosso estatístico que usualmente é apanhado como falso, de pés comunistas e caixa financeiro ocidental.


Acho que é aqui que está o truque: os EUA não precisam exportar para sobreviver... Eles exportam por esporte. O consumo interno Americano movimenta 70% do próprio PIB — algo que nenhum país sequer ousa sonhar... Isto significa que eles podem produzir, vender e lucrar sem sair do próprio quintal. E quando exportam, exportam para aliados que dependem deles militarmente, diplomaticamente, energeticamente, tecnologicamente — em tudo.


Japão? Um protetorado elegante que envelhece rapidamente...


Alemanha? Um satélite na OTAN com vinho e culpa suficiente para ficar de bico calado...


Brasil? Um buffet de commodities esperando a bênção alfandegária para esvaziar celeiros apenas quando os Americanos determinarem.


Coreia do Sul? Uma bela base militar com Wi-Fi rápida para vigiar o outro lado do mundo.


Europa? Um bonito museu com bandeiras coloridas que está se mutilando dia-a-dia com a chegada de paranóicos religiosos e que vai precisar dos soldados Americanos em breve, de novo, de novo e de novo...


China? Ora, apenas um fornecedor descartável da festa de consumo para a qual não foi convidado.


Gente, isto não é arrogância deles ou "vira-latismo" meu...


Isto é conhecimento da estrutura e da realidade... Isto é o que acontece quando um país, bem elaborado em princípios de liberdade que permitem o pleno exercício criativo do ser humano, descobre que pode dominar o Mundo sem necessariamente invadir ninguém, apenas trazendo tudo de volta e dizendo: “agora é daqui pra fora”.


E quando o Mundo perceber que está preso ao dólar, à proteção militar, ao algoritmo Americano, ao suprimento de semicondutores, às redes sociais, à cultura, ao sistema financeiro, já será tarde demais... Nesse momento, não haverá terceira via... Não haverá BRICS... Não haverá multipolaridade... Só haverá órbita... E no centro estará um País que parou de emprestar sua produção para os outros, decidiu trabalhar somente para si mesmo e optou por "ajustar contas" com quem não lhe reverenciar ou adotar os mesmos valores... Azar de quem não entender isso.


Não vejo isso como uma revolução... Penso que é mais uma daquelas fases de retomada do que sempre foi deles... Essas idas e vindas são comuns e, simplesmente, império está de volta...


Mas desta vez, sem pedir desculpas...


O melhor que podemos fazer é entender isso e negociar uma posição com base em custo-benefício.


Diego Muguet

 
 
 

Comentários

Avaliado com 0 de 5 estrelas.
Ainda sem avaliações

Adicione uma avaliação
LogomarcaMin2cm.jpg

Siga nas Redes Sociais

  • Branca Ícone Instagram
  • Branco Facebook Ícone
  • Branco Twitter Ícone
  • Branca ícone do YouTube

© 2020 | Aderbal Machado

bottom of page