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  • Foto do escritorAderbal Machado

Debates: a melhor medida está entre o que digam ou não digam os candidatos


Em debates, com ênfase para os de primeiro turno, quando há uma multiplicidade de candidatos, inexistem definições claras de preferências, exceto quanto a quem já assegurou o voto por vínculos partidários e/ou ideológicos.

Essas definições são viáveis em debates de segundo turno. Ali o confronto é claro e, sim, poderá haver definição de apoio ou voto.

Um episódio emblemático disso foi a eleição de 1989, primeira com a participação de Lula. Todas as pesquisas indicavam, até a undécima hora, uma vitória de Lula. Se bem lembro, por uma diferença de mais de 5 milhões de votos ante Collor.

Mas no primeiro turno, por muito pouco o adversário de Collor não foi Brizola.

Pois naquele debate, via Rede Globo, o candidato Lula se perdeu, chegou relaxado, desleixado e desinformado. Enfim, despreparado. Exatamente porque, talvez, se achasse garantido. Ao contrário, Collor chegou empertigado, preparado, armado até os dentes, focadíssimo e com alvos bem claros para atingir o adversário e desconcertá-lo ao vivo.

Todos sabemos - os que assistiram e lembram claramente - o quanto isso aniquilou Lula. E ele perdeu a eleição ali. Um detalhe a que ele não atencionou. Nem sua assessoria.

Sempre imagino se à frente de Collor, naquele debate, estivesse Brizola. A história teria sido escrita de modo diferente. E até mesmo as realidades de hoje seriam outras.

Este lembrete serve para exemplificar uma situação real. Os debates de primeiro turno continuam sem empolgação. Primeiro, porque há espaços mínimos para expandir projetos, ideias e programas e os candidatos mais se instigam entre si do que outra coisa.

Segundo, porque as torcidas se diluem e se confundem. E, afinal, são só torcidas.

No segundo turno, veremos. Tanto aqui, na Santa e Bela Catarina e no cenário nacional.

Porque, inobstante os nove candidatos alternativos na esfera federativa (menos Bolsonaro, Lula e Ciro) somarem menos do que o índice previsto de brancos e nulos, haverá segundo turno. A não ser que um dos dois nomes principais estoure a boca do bolão e surpreenda.

Ou, menor possibilidade, que desponte um "azarão".

Um bom debate foi realizado pela Rádio Som Maior de Criciúma, exibido via Youtube e Facebook. Ali se percebeu uma vantagem argumentativa de Moisés e Amin. Razão simples: eles têm intimidade com a máquina e com a realidade estadual por vivência administrativa. Podem referenciar situações a que os demais não têm alcance ou acesso direto.

As esperanças dos demais - com destaque para Jorginho Mello e Gean Loureiro - é se: primeiro, no caso de Jorginho, a indicação de Bolsonaro ainda significar força eleitoral como em 2018 ou perto daquilo; segundo, no caso de Gean Loureiro, se seu nome garantiu uma estadualização necessária a partir de sua gestão em Florianópolis.

Ambos seriam uma renovação no comando do Estado. Uma alternância saudável, como se deseja ocorra nas sucessões administrativas, para limar os vícios e excessos da máquina.

Mas a melhor contribuição dos debates está entre o que digam ou não digam os candidatos. Duas medidas com o mesmo peso.

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