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  • Foto do escritorAderbal Machado

A farra política com recursos públicos na busca de reeleição fere a ética (e faz tempo)

Site da Assembleia Legislativa está recheado de notícias de deputados, candidatos à reeleição, disputando espaços em todos os municípios e regiões do Estado, independente de ser na sua origem ou não, distribuindo recursos e circulando com pacote de promessas debaixo do braço, para conquistar apoios e votos.


Doutro lado, no site do governo, há uma fartura inédita de viagens e visitas do governador, candidato à reeleição, circulando igualmente por regiões e cidades, assinando compromissos de obras e recursos.


A gente sabe: nada como ano eleitoral para os políticos ocupantes de cargos prestarem atenção aos desejos e necessidades da população.


Alguém disse, quando questionamos essas visitas, após um amigo afirmar que o governador apenas "fazia sua obrigação devolvendo o dinheiro arrecadado em impostos": são apenas "cheques pré-datados". Ou seja, promessas para execução (ou não) no caso de um novo mandato ou, quem sabe, obras e recursos que terão que ser liberados ou executados por um outro governante. Claro: se couber no orçamento e se não houver outras prioridades lá na frente.


Trata-se, a rigor, de clara e descarada cooptação. Não é por menos que prefeitos de vários partidos, adversários iniciais ferrenhos do atual governador, estejam anunciando seu apoio. E assim frutifica o troca-troca. O famoso toma-lá-dá-cá.


Se isso pode ser considerado pragmático - troca de votos e apoios à eleição por obras necessárias e fundamentais, algumas esperadas há décadas -, também significa a falência da estrutura político-partidária. Virou um salve-se quem puder. Ou quem pode mais, chora menos. Com o privilégio de estar no poder e concorrer à reeleição, a vantagem é do atual governador. Ainda dependente de alguém não consultado e nem envolvido nessas negociações: o eleitor. A reação dele estará na exata proporção da capacidade de convencê-lo de que isso tudo vale a pena e terá resultados.


Até hoje não teve. Há o precedente de todas as eleições passadas. Quem as viveu, sabe. O choro será tardio.


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