Aderbal Machado
20 de mai de 20222 min
Até maio, em 2022, Balneário Camboriú tem, segundo estatísticas do Detran, catalogadas 85.110 infrações de trânsito. Destas, 47.573 por excesso de velocidade em 20% acima do permitido. E 5.281 por excesso de velocidade entre 20% e 50% acima do permitido.
Em 2021 foram 179.107 infrações, das quais 94.671 por velocidade acima de 20% do permitido e 7.769 por velocidade de 20% a 50% acima do permitido.
Em 2020 foram 134.320 infrações, sendo 72.778 por excesso de velocidade em 20% acima do permitido e 4.583 por velocidade entre 20% e 50% acima do permitido.
Em compensação, em 2017, quando tínhamos menos veículos circulando e quando havia menos radares e controladores de velocidade, foram 192.009 infrações, das quais 102.397 por velocidade em 20% acima do permitido e 16.328 em 20% a 50% acima do permitido.
A amostragem serve apenas para ilustrar algumas observações.
Insistem muitos na decantada "indústria da multa". Ou seja, o município estaria com a intenção de faturar com as infrações e, por isso, instala radares e controladores, alguns de surpresa, para flagrar transgressões de velocidade dos motoristas. A pensar: se os radares são visíveis, bem ilustrados, bem anunciados e notórios, nada a acrescentar - basta obedecer à velocidade.
Discutível, em realidade, a instalação desses equipamentos em locais inexplicáveis e a inconstância de velocidade permitida entre uma e outra. Apesar da sinalização, muitas vezes surpreende. A mudança é muito repentina.
Entretanto, convenha-se: a velocidade máxima na Avenida Brasil, por exemplo, sempre foi 40km/h. Sinalizá-la ou não, portanto, é de uma obviedade ululante. Igualmente em relação a outras vias - Terceira, Quarta e Quinta Avenidas, por exemplo. Ou Avenida Atlântica.
Se havia uma velocidade a ser cumprida antes, o sinalizador nada acrescenta de novidade. Vamos reconhecer que há exageros de quantidade. Tanto quanto há exageros em lombadas, embora muitas são estritamente necessárias, para a segurança de pedestres.
Some-se a isto o fato de o motorista, regra geral, ser desobediente por índole, rebelde às leis. Não fosse assim, os índices de acidentes, urbanos ou não, seriam menores. Mas o Brasil, neste quesito, é uma tragédia mundial. Nosso Código de Trânsito (O CTB famoso) é considerado uma dos melhores do mundo. E fica por aí: na fama apenas, pois para seus ditames é letra morta, ao menos na concepção dos nossos condutores.
Particularmente o motorista de Balneário Camboriú, salvo as honrosas exceções, é descuidado, abusado, lento nas suas reações e desorganizado no uso das regras primárias do trânsito. Isso, é claro, muitos dirão com razão, é comum a todas as cidades - e não há como desmentir.